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15 de March | 17:29

Evento discute como enfrentar a violência contra a mulher

O número de violência contra a mulher não diminuiu com a Lei Maria da Penha, mas a norma tem colaborado para diminuir o medo de denunciar o agressor. O que falta é o apoio do poder público à vítima, após a denúncia. Essa foi uma das conclusões do relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher, que deverá ser votado na próxima terça-feira, 19, no Congresso Nacional. O conteúdo do documento, que contou com um relatório apresentado pelo Fórum Goiano de Mulheres em novembro de 2012, foi discutido na manhã de hoje (15), no evento “Enfrentar a Violência, Construir a Paz”, promovido pela deputada federal Marina Sant’Anna, em seu escritório político em Goiânia.

 

O evento contou com a participação da vice-presidenta do Sintego, Alba Lauria - representando a presidenta Iêda Leal, que participa de um encontro da Rede de Trabalhadoras da Educação, na Nicarágua -, e da secretaria de Assuntos da Mulher, Eva Assis Cavalcanti Albuquerque. “A presidenta Dilma Rousseff apresentou essa semana o Pacto de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher, que é um pacote de políticas públicas para a aplicação da Lei Maria da Penha e outras áreas também. Essa medida é muito importante, porque é preciso apoiar as mulheres no processo de reconstrução de suas vidas. É preciso que elas tenham condições para mudar o rumo de suas histórias”, afirmou Alba Lauria.

 

Segundo a deputada Marina Sant´Anna, a comissão teve um papel importante para traçar um panorama da violência contra a mulher no Brasil. “O relatório da CPMI sintetiza as carências da atuação do poder público seja municipal ou estadual na questão do amparo às mulheres vítimas de violência, trazendo indicativos para atuação, tanto orçamentária quanto legislativa, nos estados visitados pela comissão. O documento também chama à atenção para a responsabilidade do poder público em todas as esferas para cumprir sua parte na legislação, porque funciona em rede a proteção à mulher”, ressaltou a parlamentar.



Para a secretária de Assuntos da Mulher no Sintego e conselheira do Conselho Estadual da Mulher (Conem), Eva Assis, governo e sociedade civil devem trabalhar juntos para mudar a cultura machista e patriarcal que justica e estrutura a violência. “E se quisermos construir uma cultura de paz e de respeito aos direitos humanos de todas as pessoas, esta construção começa em casa”, afirmou.

 

“Precisa-se combater a violência punindo os agressores, mas é preciso, sobretudo, evitar que a violência aconteça. Precisamos criar uma cultura de paz e isso passa por políticas públicas de caráter universal, acessíveis a todas as mulheres e que englobem as diferentes modalidades nas quais a violência se expressa”, disse Eva Assis.

 

Dentro das medidas anunciadas no Pacto de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, pelo Governo Federal, está a construção de uma casa de apoio à mulher em cada uma das 27 capitais brasileiras. Nesses locais, as vítimas terão apoio desde psicólogos a oportunidade de emprego. “As mulheres que vivenciam a violência precisam de uma casa de acolhida, pois muitas vezes não têm para onde voltar. E precisam também de oportunidades, para melhorar suas condições de vida”, destacou Marina.

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